“Qualquer tipo de esforço intelectual inicia libertando-se do próprio ceticismo do qual é resultado.”

Resultado de sua tese de doutoramento, Realidade, Linguagem e Metaética em Wittgenstein coloca Léo Peruzzo Júnior em dois ambientes de destaque para a filosofia: o primeiro, o da produção de uma obra acadêmica capaz de contribuir significativamente com o pensar filosófico; o segundo, de promover a reflexão e o debate buscando conceber a sua própria interpretação sobre autores e obras que admira e nas quais se embasa.

Neste livro, Peruzzo liberta-se do ceticismo no esforço intelectual de interpretar Wittgenstein e sua visão sobre a atividade filosófica como um exercício terapêutico sobre a linguagem. E, assim, conduz sua obra sobre dois aspectos: por um lado, analisando as condições sobre as quais o binômio realidade/linguagem implica um modo particular de pensar a cognição; por outro, e não menos importante, mostrando que a dicotomia fato/valor torna-se um argumento residual no discurso descritivo da ciência.

“Se efetivamente não sabemos como o mundo é em si mesmo — e talvez essa afirmação deva ser um contrassenso — então, precisamos redirecionar nossa atenção às fronteiras que constituem o núcleo de nosso pensamento. Neste horizonte, a obra de Wittgenstein não representa apenas o anseio de um espírito livre do academicismo filosófico; ao contrário, incide contra a trama linguística daquilo que (não) pode ser dito claramente — locus de uma série de pressuposições em metaética.” (Léo Peruzzo Júnior)

Em Realidade, Linguagem e Metaética em Wittgenstein, Peruzzo analisa a obra de Wittgenstein resgatando as diferentes visões do autor sobre cognitivismo, explícitas ao longo de suas publicações, até chegar ao que nomeou de cognitivismo prático, denotado em Investigações. No prefácio, redação de seu orientador de doutorado, Prof. Dr. Darlei Dall’Agnol, fica claro não apenas o seu esforço em contribuir com o saber filosófico, mas a dedicação em desenvolver uma abordagem diferenciada dos problemas metaéticos.